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O que é um stakeholder?

A palavra stakeholder vem do inglês e está oficialmente incorporada na disciplina de Public Affairs no Brasil. Este é mais um caso de anglicismo na língua portuguesa, ocorrido certamente por consequência do desenvolvimento muito mais recente em nosso país da profissão de relações institucionais do que no hemisfério norte. Muito embora o termo “partes interessadas” seja a tradução mais comum, o termo stakeholder tem toda a chance de tornar-se o termo oficial para uso no Brasil, como já aconteceu com o marketing, motoboy, shampoo e shopping center.

Se você está atuando nesta área, ou escutou o termo em sua empresa ou entidade e não entendeu o que estavam querendo dizer, vamos buscar esclarecer e exemplificar este anglicismo.

Em primeiro lugar, é importante deixar claro que stakeholders podem estar dentro ou fora de sua organização ou empresa. Podem ser pessoas ou organizações, como por exemplo clientes, patrocinadores, associações, agentes do governo ou grupos organizados da sociedade em geral.

Seguem aqui algumas breves definições que podem jogar luz sobre o tema:

  • o centenário dicionário Merriam Webster define o termo como “alguém que está envolvido ou é afetado por alguma ação”;
  • no âmbito empresarial reconhece-se que os stakeholders são todos aqueles que são afetados ou afetarão a estratégia da organização. De forma similar, podem também afetar ou serem afetados pela consecução das metas da organização;
  • por vezes os stakeholders têm interesse direto em projetos da organização, em sua execução ou em seus resultados;
  • por outro lado, em alguns momentos, os stakeholders também podem depender da organização para atingir os seus objetivos, e consequentemente a organização ou empresa também dependem destes indivíduos. Alguns grupos podem ter um interesse particular no sucesso da organização e o ambiente onde operam. Podem eventualmente obter ganhos financeiros com os resultados do trabalho da organização,
  • também são definidos como pessoas ou pequenos grupos com o poder de responder, negociar ou alterar o futuro estratégico da organização.

Vamos a um exemplo objetivo: suponhamos que você trabalhe de forma voluntária na entidade que reúne os pais da escola de seus filhos. O grupo decidiu que quer batalhar por melhores condições de estudo para as crianças. Ao mapear seus stakeholders, você precisa entender quem pode ser seu aliado, a quem você deve dar ciência de seu trabalho, quem você deve influenciar, e quem eventualmente pode seu opositor. Não pense que por sua causa ser boa ou justa todo mundo estará de acordo – até porque se fosse assim não haveria uma causa, e tudo já estaria resolvido, não é mesmo?

Então quem seriam seus principais stakeholders? Bem, os outros pais e alunos certamente devem ser um grupo que será informado da atuação em prol desta causa, uma vez que deve haver concordância do grupo que busca esta ação de influência nas reais necessidades e na estratégia a ser seguida. Este é um grupo de stakeholders aliado de sua causa. Certamente a diretoria da escola deve ser informada do que a entidade de pais e mestres está batalhando. Este grupo de stakeholders pode também ajudar a identificar os demais grupos ou pessoas a serem identificados. E que grupos você terá de influenciar para avançar em sua causa? Independentemente da escola de seus filhos ser pública ou particular, certamente você terá de identificar os agentes governamentais que podem de alguma forma apoiar, bloquear ou influenciar demais reguladores. Estas pessoas podem estar no executivo (Secretaria de Educação) ou no Legislativo (Vereadores e Deputados). Este é um grupo estratégico que pode influenciar novas políticas públicas (ou influenciar no cumprimento das já existentes) em prol de sua causa. E quem poderia ser um opositor da causa? Este grupo pode ser mais complexo de identificar, e você poderá descobrir que algum grupo que você julgava ser apoiador na verdade trabalha contra seus pleitos. Poderia ser até mesmo uma entidade que reúne escolas de um determinado grupo educacional, um grupo ativista que quer regulamentar a educação em casa feita pelos próprios pais da criança, ou uma nova escola que virá para seu município oferecendo melhores serviços educacionais... Quem imaginaria?

Enfim, reside inicialmente neste trabalho inteligente e estratégico o desafio da atuação em relações institucionais e defesa de interesses. Não menospreze a importância de identificar, conhecer, compreender e gerenciar seus stakeholders, ou em outras palavras, a sua audiência, quando está tudo bem e não há ameaças no horizonte. No momento difícil, de crise ou alta visibilidade do tema, é mais difícil estabelecer relações duradouras, de confiança e parceria. Se mobilizados de forma positiva, seus stakeholders podem ser apoiadores poderosos de sua causa e defensores de sua organização e seus pleitos. Esperamos ter colaborado na compreensão deste importante tema. Agora que você entendeu melhor o que significa este anglicismo, é hora de começar a refletir, identificar estes grupos e começar a agir.

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Andréa Veríssimo, CEO & Founder +55 51 98904-5517
andrea@avelapublicaffairs.com

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